quinta-feira, 28 de agosto de 2008

OPINIÃO

Termômetro para 2010
Há quem garanta que as eleições de outubro próximo podem ser termômetro para 2010, ou seja, devem medir a temperatura para as eleições gerais que virão dentro de dois anos. Quem pensa assim é porque tem algum interesse inconfessável caricaturado em função dos resultados do pleito que se disputa atualmente.
As eleições de outubro, na realidade, estão apenas servindo de vitrine para exacerbação do culto a um mito fabricado na Capital e que, graças à máquina de propaganda montada a partir da injeção de milhões de reais num poderoso grupo de comunicação, tenta impingir ao Estado um bezerro de ouro.
Não há como se admitir que o atual processo eleitoral possa servir de termômetro para 2010 porque a maioria dos principais envolvidos na próxima campanha, daqui a dois anos, não está diretamente envolvida na disputa por mais de duas centenas de prefeituras ou milhares de cadeiras de vereador.
Os senadores Efraim Morais e José Maranhão – que, até onde a vista alcança, são pré-candidatos ao Governo em 2010 – e o governador Cássio Cunha Lima – declaradamente candidato ao Senado – ainda não entraram na campanha pelos seus apadrinhados.
Esses três personagens têm algo em comum: comandam esquemas políticos que historicamente têm péssimos desempenhos na Capital em eleições municipais. Tanto PMDB, quando DEM e PSDB, não são de apresentar farturas de eleitos à Câmara Municipal como costumam se empanturrar em Campina Grande e no Sertão.
Isso não significa que o resultado das eleições possa – ou deva – ser desprezado. Ao contrário, merece ser analisado devido às novas circunstâncias políticas, sobretudo por causa da rigorosidade na questão da fidelidade partidária, pois quem sair com minoria partidária vai demorar um bom tempo para recuperar o espaço perdido.
O problema é que os interessados em colocar jabutis em cima de árvores querem, a todo custo, maximizar os resultados da eleição dentro de um processo hitlerista, onde uma mentira repetida um milhão de vezes assume ares de verdade definitivas e irretocável.
Não é coincidência que um poderoso grupo de comunicação aproveita o momento eleitoral para detonar uma mega-campanha de difamação contra o senador Efraim Morais. Também é estratégico que o senador José Maranhão esteja acompanhando a campanha na moita, sem expor-se demasiadamente.
O que as eleições de 2008 vão deixar, para alguns, não é a temperatura de 2010. Pode ser, na realidade, a chave de um cofre para enriquecimento disfarçado em função das perspectivas dos resultados. Não é em voto que muitos estão pensando, mas em dinheiro, muito dinheiro na marcha batida para 2010.

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