segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Opinião

EM CAMPINA, O JOGO ZEROU
Quando o jovem Veneziano Vital foi para o segundo turno nas eleições municipais de Campina Grande em 2004 o fato foi tomado como histórico. Afinal isso significava uma espécie de ruptura do eleitorado da Rainha da Borborema com o poderosíssimo clã Cunha Lima, que dominava aquela cadeira há mais de 20 anos.
Passados quase quatro anos, eis que o jovem Veneziano Vital caminha novamente para disputar um segundo turno nas eleições municipais de Campina Grande e, desta vez, o fato deve ter leituras diferentes porque, dessa vez, não há nada de espetacular ou heróico no resultado das urnas.
Pelo contrário, após quase quatro anos de mandato era de se supor que Veneziano tivesse encontrado a fórmula de neutralizar o poderio contrário, mesmo ainda tendo um forte representante do clã – o governador Cássio Cunha Lima – aboletado na principal cadeira político-administrativa do Estado.
Ir para o segundo turno em eleições é como chegar ao 45º minuto de um jogo de futebol com o placar de zero a zero e o juiz dar cinco minutos de prorrogação no segundo tempo. Nesse intervalo, tudo pode acontecer, inclusive nada. Mas que é uma temeridade, isso é.
Uma eventual derrota de Veneziano, nesse interregno, faz desmoronar uma série de cenários que estão sendo erguidos pelos seus aliados em Campina Grande, mas não liberaria oxigênio somente para seus adversários locais, mas até para quem usa suas cores em João Pessoa.
É provável que, nos próximos dias, o prefeito reeleito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, desembarque em Campina Grande aboletado nos 262 mil e 41 votos obtidos neste domingo (5) para oferecer prestígio em prol da causa de acrescentar um pouco mais de sufrágios aos 106 mil 844 obtidos por Veneziano também ontem.
Puro jogo de cena. Pode ser que, para os planos megalômanos de Coutinho, uma vitória apertada de Veneziano seja melhor do que uma vitória de Rômulo Gouveia por um voto, mas isso pode não ser verdadeira, pois o principal adversário dos planos do alcaide pessoense para o Palácio da Redenção, em 2010, é o senador José Maranhão, do PMDB.
Um dos fiéis da balança neste segundo turno, em Campina Grande, serão ex-candidato do PHS, Feitoza, que abocanhou 5 mil 516 votos. Qualquer que seja a quantidade que transferir, para outro candidato, será importante. O candidato do PSOL, Sizenando, já disse que pregará o voto em branco. A realidade é que, em Campina Grande, o jogo zerou.

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