quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Opinião

PENDURADO NA INTERROGAÇÃO
Nos ambientes onde se respira política, em João Pessoa, as discussões mais acirradas têm emperrado num ponto: o prefeito reeleito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, vai a Campina Grande subir no palanque do peemedebista Veneziano Vital que disputará o segundo turno contra o tucano Rômulo Gouveia? O sim e o não têm razões para explicar essas interrogações.
Numa longa entrevista concedida nesta terça-feira (7) à TV O Norte, de João Pessoa, a apresentadora Nelma Figueiredo quase pediu desculpas por fazer a delicada pergunta, mas cumpriu a pauta indagando se o alcaide vai a Campina na campanha do segundo turno. O Prefeito disse que não havia sido convidado.
Deixou escapar, na mesma resposta, que deve cumprir um roteiro solicitado pelo seu partido – o PSB – e levar apoio a candidatos que estão no segundo turno, incluindo Manaus, a capital do Amazonas. Ricardo tornou-se uma celebridade nacional e ninguém sabia. Campina, pelo visto, não está no roteiro.
Se intimamente Ricardo Coutinho já sente que tem musculatura para enfrentar uma campanha estadual, brigando pela principal cadeira do Palácio da Redenção, está começando muito mal. Todos os que menosprezaram Campina Grande um dia se deram mal em conquistar mandatos.
Todos os caminhos políticos em sonhos estaduais, na Paraíba, passam por Campina Grande. Assim como os sonhos de um campinense caminhar com independência na política paraibana passam por João Pessoa. É inexorável que os dois maiores col[égios eleitorais do Estado tenham essa importância.
Voltando à questão específica, é preciso entender que Ricardo pode até não demonstrar, mas vive um primeiro dilema. No íntimo não deveria mexer uma palha em favor da reeleição de Veneziano, pois isso poderia ser uma pedra no seu sapato durante a caminhada de 2010.
Suponha-se que no decorrer desse processo que culminará nas eleições de 2010 o Prefeito de João Pessoa seja personagem de reviravoltas que lhe possibilitem alianças com o governador Cássio Cunha Lima e com o ex-senador Ney Suassuna, dois candidatos declarados ao Senado e desafetos do Prefeito de Campina Grande.
Mais ainda: tomando-se por base o poderio bélico do presidente estadual do PMDB, o senador José Maranhão, com quem ficaria o Prefeito de Campina Grande para o Governo do Estado? A preço de hoje não há dúvidas: Veneziano optaria pelo ex-Governador, que tem melhor trânsito em Campina Grande do que Ricardo.
Outros políticos descobriram com o tempo, vulgarmente conhecido como sabedoria ou experiência, que não existe liderança “iluminada”, não espaço para semi-deuses, ocupante de espaços em Olimpos. Só sobrevive quem tem votos. E brincar com os votos – e os sentimentos - de Campina Grande é como brincar com fogo.

0 comentários: