terça-feira, 18 de novembro de 2008

TARIFAS DE ENERGIA

O amigo José Gomes Quaresma envia excelente contribuição para oxigenar essa discussão a respeito do estúpido – contra nós, é claro – reajuste nas tarifas de energia elétrica. Leia o que se segue e tire suas conclusões:
Prezado amigo Paulo Santos,

Veja esse estudo que fiz sobre as Tarifas de Energia Elétrica.

De acordo com a Tabela publicada pela ANEEL em seu site, existem 65 valores diferentes para cobrança das Tarifas B1 - Residencial no país. Esses valores variam de R$ 0,43662 / kwh da Concessionária UHENPAL - Usina Hdrelátrica Nova Palma Ltda. até R$ 0,19905 /kwh da CEA - Companhia Hidrelétrica do Amapá. Portanto uma diferença de 119,35 % entre a maior e a menor tarifa. As pessoas que se debruçarem para estudar esse problema de tarifas vai encontar um prato cheio de surpresas. Por exemplo, a tarifa residencial, recentemente aprovada pela ANEEL para ENERGISA Paraíba, antiga SAELPA, é a sétima mais cara do Brasil (R$ 0,39459 / kwh), enquanto a tarifa cobrada pela ELETROPAULO é a 57ª mais cara (R$ 0,26729 / kwh), havendo uma diferença de 47,63 % entre a energia cobrada pelas duas concessionárias, isto é, um Estado pobre paga energia mais cara que um Estado rico. Outro exemplo, a tarifa cobrada pela COPEL Distribuição S/A é de R$ 0,26067 / kWh, portanto 51,38% mais barata que a tarifa cobrada pela Energisa Paraíba, um Estado rico como o Paraná pagando energia muito mais barata que a Paraíba. Isto é um esbulho.Para análise eu separei as concessionárias administradas pelo Grupo ENERGISA, é outra grande surpresa. Por exemplo, a tarifa cobrada pela Energisa Paraiba é R$ 0,39459 / kwh, enquanto a tarifa da antiga CELB é R$ 0,29019 / kwh e a da ENERGIPE é de R$ 0,27606 / kwh. Isto é, o consumidor de energia elétrica de João Pessoa paga 35,98 % mais que o consumidor de Campina Grande e 42,94 % mais que o consumidor de Aracaju. Como é que a ANEEL e a ENERGISA explicam tamanha discrepância. No caso de João Pessoa e Campina Grande, duas cidades da Paraíba e administradas pelo mesmo Grupo - ENERGISA e que recebem a energia da mesma companhia - CHESF. Uma questão preocupante é que de acordo com a sistemática adotada pela ANEEL para os aumentos anuais de energia elétrica, essas diferenças absurdas não são levadas em consideração, não é objeto de estudos. Está na hora de uma mobilização nacional para rever essa situação.

A energia elétrica é um insumo importantíssimo no desenvolvimento econômico de uma região. Como é que a Paraíba vai se desenvolver com o preço da energia sendo o dobro do cobrado nos Estados de São Paulo e Paraná. Ninguém, porém, discute esse problema.

Eu fico me perguntando se, por exemplo, o preço do litro da gasolina aqui fosse R$ 2,60 e nos Estados de São Paulo e Paraná fosse R$ 1,30 o litro? É o que acontece com a energia elétrica e ninguém fala nada.
Acorda Paraíba!
Um abraço,

Quaresma
”.

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