segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

OPINIÃO

AS REFORMAS NECESSÁRIAS
Continuamos a ser o país do supérfluo. Com tantas reformas dormindo em berços esplêndidos, como a política e a tributária, temos que engolir uma reforma ortográfica. Um país de analfabetos se preocupa com a ortografia, mas recusa-se a aprovar uma reforma nos costumes políticos ou na economia.
Num país onde recém-formados em comunicação saem da universidade escrevendo semitério – isso mesmo: cemitério com “s” – e outros dizem que alguém viajou à “capital de Manaus” (Manaus é capital do Estado do Amazonas) dá bem uma ideia do que temos diante de nós em termos de conhecimento.
O Brasil vive de remendos e de enganações. É surreal ver-se o Judiciário trabalhando com razoável nível de seriedade em questões políticas e tomando o espaço do Congresso Nacional, como aconteceu diante da infidelidade partidária em que o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal saíram como heróis e desmoralizando de vez a classe política.
Há quantas décadas se pede uma reforma política de vergonha? Não acontece, assim como também não sai dos labirintos do Legislativo a reforma tributária. É capaz se uma delas sair – ou as duas saírem – serão deformadas e conseguirão impor coisas piores do que as existentes atualmente, se é que ainda podem existir coisas piores em termos políticos e tributários para serem adotados neste país.
Ninguém é contra reforma ortográfica, fonética ou o diabo que o valha. Precisa-se, porém, colocar as necessidade em ordem de prioridade para se chegar a alguma coisa parecida com a modernidade. Quantas gerações ainda serão sacrificadas para que possamos ver reformas reais e eficazes sendo implantadas neste país? Quem tiver bola de cristal que responda.

0 comentários: