quarta-feira, 25 de março de 2009

OPINIÃO

ALGODÃO ENTRE CRISTAIS
Há dias que alguns deputados estaduais cumprem o papel de “algodões entre cristais”, ou seja, tentam amenizar os conflitos entre a maioria – ligada ao ex-governador Cássio Cunha Lima – e a minoria – vinculada ao Palácio da Redenção.
Quem vê a atuação de alguns membros desses blocos – os deputados Carlos Batinga (PSB) e Branco Mendes (DEM), por exemplo – percebe facilmente que o Poder Legislativo ainda tem compostura e pode ser responsável por suavizar um pouco o rescaldo do tsunami que se abateu sobre esse Estado, a pequenina e heróica Paraíba.
Há outros deputados estaduais que também estão jogando no time de Batinga e Branco, mas há outros completamente desnorteados. Lembram, mal comparando, com a idéia que nos é passada pelos espíritas de atordoamento daqueles que acabam de mudar de dimensão. Ficam em ziguezague pelo espaço por enquanto indefinido e não sabem bem onde aportar.
A primeira lembrança que deveria vir à cabeça desses parlamentares que não sabem perder o poder ou ascender ao poder é que a Paraíba não está vivendo a crise mundial atual. A Paraíba está em crise desde que foi fundada. Não são eles que irão tirar o Estado dessa situação, mas poderiam fazer um pequeno esforço para não piorar as coisas.
Bater boca desnecessariamente, remexer o baú de recordações de obras e disseminar o pânico entre os funcionários públicos são algumas dessas coisas odientas que estão oxigenando a atividade política da Paraíba. É difícil, quase impossível, conscientizar parlamentares de que eles podem e devem trabalhar como qualquer outro cidadão.
Enganam-se os políticos em imaginar que a sociedade não os está observando. Mais cedo ou mais tarde os que não honram com a seriedade do mandato serão expurgados da vida pública. Exemplos não faltam no Ponto de Cem Réis ou nos calçadões das cidades do interior. Não se deseja transformar a Assembléia num seminário ou convento ou que a atividade política se transforme da noite para o dia num passaporte para a salvação da alma. O mínimo de cautela e compostura, porém, não faz mal a ninguém.

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