sábado, 11 de abril de 2009

O PROJETO DO ZÉ

O vice-prefeito de Campina Grande, José Luiz Júnior, fez uma intervenção esplêndida no programa radiofônico Correio Debate desta quinta-feira (9). Foram declarações lúcidas, transbordantes de sentimento e de ansiosa vontade de colocar para fora uma angústia que não é muito típica dos políticos.
A maioria dos nossos ditos “representantes” só sente angústia quando o bolso começa a secar. Aí bate o medo, o suadouro, a ânsia, a necessidade premente, a vontade tresloucada e a rebeldia incontida que impele esse pessoal a correr atrás das verbas – públicas ou não.
Zé Luiz, como nos acostumamos a chamar no batente, fez sua participação no Correio Debate implorando para que os políticos paraibanos pensem menos nas suas contas bancárias e mais no desenvolvimento do Estado, que olhem menos para seus interesses pessoais e mais para o futuro da pequenina e heróica. Como diria Martinho Moreira Franco, foi “um apelo patético”.
Zé Luiz foi um craque jogando futebol, é um craque quando comanda programas jornalísticos e tem as bênçãos divinas para tudo que faz amparado na inspiração evangélica. Tudo isso lhe dá autoridade moral para fazer o apelo público que irradiou para todas as emissoras do Sistema Correio de Comunicação.
Zé passeou, nas suas alegações, lembrando que a Paraíba já dominou as produções de algodão, de sisal e de abacaxi. Que Campina tornou-se realmente grande como entreposto comercial. Coisas que muitos jovens não sabem, hoje, porque ninguém recebe educação na Paraíba – seja no primeiro, no segundo ou no terceiro grau.
Por alguns instantes senti raiva de não ter gravado o depoimento de José Luiz Júnior para, com autorização dele e dos apresentadores do programa, reproduzi-lo em nosso portal. Foi comovente ouvir Zé Luiz pedir às ditas “autoridades” que pensem no desenvolvimento da Paraíba.
Foi esse mesmo Zé Luiz que, no primeiro mandato de Veneziano Vital em Campina Grande, comandou o Fome Zero. Veneziano transformou o Fome Zero em moeda de troca política com o PT campinense e tirou o pão da boca de Zé Luiz, o autor angustiado do apelo de quinta-feira.
Tomo a liberdade, então, de sugerir a Zé Luiz que ensine o caminho das pedras para quem está perto dele, mas tão distante nas aspirações. Que ele leve sua angústia ao irmão do prefeito Veneziano, o deputado Vital Filho (PMDB), que poderia muito bem usar a tribuna da Câmara Federal para começar a pensar mais na Paraíba. Vitalzinho, que é médico e advogado, pode reverberar para a nação o que Zé disse pelas ondas da Correio.
Em tempo: depois de fazer seu pedido para que pensem mais no desenvolvimento da Paraíba, Zé pediu desculpas, várias vezes, pela intervenção. Zé estava errado. Ele não precisa pedir desculpas a ninguém. Quem deveria estar obrigado a pedir desculpas são seus colegas políticos que estão levando a Paraíba a esse estado deplorável.

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