terça-feira, 21 de abril de 2009

OPINIÃO

A REUNIÃO DE CÁSSIO
A classe política vive a expectativa de uma possível reunião que o ex-governador Cássio Cunha Lima estaria programando realizar com a bancada estadual que lhe diz ser fiel, ou seja, envolvendo parlamentares tucanos, democratas, do PPS, etc. É possível que o encontro aconteça nesta quarta-feira (22), mas não se deve esperar muita coisa dessa reunião.
Em primeiro lugar, tudo que for conversado seriamente ficará entre quatro paredes porque nenhum participante vai querer abrir o jogo para os adversários, ou seja, todos vão fingir que houve reunião e vão sair dizendo a verdade: nada ficou decidido.
O que pode acontecer de excepcional num contexto político como o atual? Rigorosamente nada. A experiência de Cássio recomendou-lhe hibernar por alguns dias até que pudesse ter uma avaliação completa do quadro olhando o cenário de longe e mantendo encontro com lideranças nacionais.
É verdade que ninguém deixou de exercitar a politicagem nesse período, mas muitos estiveram mais interessados em submergir para evitar exposições desnecessárias, à exceção de Cícero Lucena que ascendeu à superfície para anunciar o óbvio: quer ser candidato a governador em 2010.
São várias a razões para que tenha adotado essa postura agressiva (do ponto de vista político, claro). Cícero não quer perder para Ricardo Coutinho a condição de aliado número um do clã Cunha Lima na Capital e, por isso, qualquer acordo com o alcaide pessoense põe em risco não apenas o seu futuro político, mas também o empresarial.
Cícero vem amargando, calado, algumas derrotas para aliados do ex-governador Cássio Cunha Lima. A mais recente delas foi ver a equipe que atuou na área de comunicação do Governo transformar-se em concorrente. Tudo indica que os problemas devem se estender para outros setores, talvez até mais pesados do que o da comunicação.
A reunião de Cássio pode se realizar dentro desse clima constrangedor, mas esse encontro deve ser avaliado por vários ângulos. Cássio tem controle absoluto da bancada? Todos os convidados que comparecerem à reunião lhe devem mesmo obediência? Algum já está a serviço, na Assembléia, de outro senhor? Estas são algumas respostas que poderão responder ao futuro.

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