quarta-feira, 29 de abril de 2009

OPINIÃO

O FOCO NA ASSEMBLÉIA
Não há dúvidas de que, sutilmente, a Assembleia está se transformando no principal foco de denúncias com nítido propósito de enfraquecer o Legislativo num momento político delicado como esse. E não poderia ser diferente, devido ao aos equivocados posicionamentos adotados por um grupo de antigos falcões cassistas interessados em inviabilizar o Governo Maranhão.
Corda esticada resulta em prejuízos para os dois lados de uma moeda As denúncias contra a Casa de Epitácio Pessoa podem se tornar ainda mais graves se o Ministério Público Federal realmente resolver se meter na questão, o que poderia ser visto pelos parlamentares como interferência indébita.
Não que a Assembléia esteja infensa, como instituição, a qualquer tipo de fiscalização, mas aí se tornaria cômico ver um Poder que tem a prerrogativa de fiscalizar os outros dois – mesmo que nunca o faça – sendo investigado, talvez não pelo Ministério Público, mas pela Justiça, se essa for provocada e aceitar agir.
Até que ponto, porém, é interessante se ver os Poderes se digladiando? Não há sentido nisso. Todos tem integrantes com virtudes e defeitos e os eventuais desvios individuais não podem contaminar as instituições. O problema é que, na Assembléia, as coisas deixaram de funcionar dentro de velhos conceitos de razoabilidade. O que impera é a emoção, para ficar num nível light.
Arthur Cunha Lima e a atual Mesa Diretora foram guindados a esse espaço dentro de um contexto político e, atuam, agora à mercê de outras circunstâncias. Alguém mais exigente pode argumentar que a Mesa da AL foi eleita vestindo a roupa para esperar uma possível cassação de Cássio – como aconteceu – e a substituição do Governador pelo Presidente da Casa de Epitácio Pessoa – que não aconteceu.
O Governo já não atua como estreante, mas caminhando célere para os 100 dias, que é marco ilusório em quem assume com tempo para se organizar, mas é um suplício para quem chega em cima da hora, às custas de uma decisão judicial. Pior, ainda, é ver que esses 100 dias ainda não se completaram e os Poderes não conseguem conviver com um nível razoável de sincronia em nome dos interesses do Estado. O lendário Carlos Drummond de Andrade já lembrava as pedras no caminho. As pedras daqui parecem irremovíveis.

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