sábado, 23 de maio de 2009

OPINIÃO

ABANDONO OU TRAIÇÃO?
O ex-governador Cássio Cunha Lima não é o primeiro – nem será o último – político a deixar antigos companheiros de jornadas abandonados pelo caminho. Há quem associe esse fato – jogar os aliados para fora do caminhão da mudança – como uma espécie sutil de traição.
Pelo andar da carruagem, o ex-governador Cássio Cunha Lima parece disposto a descarregar nas costas dos seus ainda aliados senadores Cícero Lucena e Efraim Morais a responsabilidade e os eventuais prejuízos advindos da sentença do Tribunal Superior Eleitoral.
Como político experiente, Cássio deve ter percebido com antecedência que os gestos políticos não ficariam resumidos apenas a ele e ao prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, no momento em que ambos combinaram caminhar juntos em 2010. E tanto não se resumiram que instigou o padre Luiz Couto a excomungar a cartilha assembleísta do PT para antecipar sua candidatura a uma das duas vagas de senador.
Como diz Nonato Guedes, em política não existe espaço vazio e isso anima também o deputado federal Armando Abílio a imaginar que o PTB pode abocanhar a vaga de vice-governador, fechando todas as portas da seara de Ricardo Coutinho para uma possível composição com o DEM de Efraim Morais.
É aí que está uma zona de conflagração. Se for abandonado por Cássio, após as duas bem sucedidas campanhas eleitorais dos últimos anos, Efraim não vai demorar para tomar uma posição e, mesmo desgastado pelas porretadas que tem recebido da imprensa nacional (leia-se Correio Brasiliense e Veja), irá em busca de alternativas e outra não será a opção senão sair do ninho tucano e cair nos braços do PMDB.
Há, entretanto, a questão Cícero Lucena para ser administrada. Há quem garanta que Cícero levará o PSDB para o rumo que quiser, inclusive também para o PMDB. Maranhão, Cícero e Efraim se conhecem bem, tiveram décadas de convivência e sabem como ninguém administrar acordos de conveniência.
O trio tem um adversário que os está transformando em inimigos: o prefeito Ricardo Coutinho. O alcaide da Capital, é um poço de contradição em manter o discurso recheado de obviedades simplórias a respeito da moralidade pública e ter os apoios que tem, alguns dos quais que não têm currículo, mas folha corrida.

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