domingo, 24 de maio de 2009

OPINIÃO

CÁSSIO DESAFIA O “ERRAR É HUMANO”
Diz o provérbio que “errar é humano, mas permanecer no erro é burrice”. Tudo indica que o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) vai tentar repetir, em 2010, o mesmo erro que cometeu quando deixou a Prefeitura de Campina Grande após um ousado acordo político com o PT daquele município.
Fico à vontade para lembrar o episódio porque, à época, imaginava que Cássio estaria renunciando a todos os conceitos de conservadorismo que norteavam as ações políticas do clã Cunha Lima e fazia com que o poderoso grupo desse uma guinada à esquerda.
Ledo engano. Na realidade, Cássio atraiu o PT – através da vaga de vice-prefeito para Cozete Barbosa – porque acredita que, dois anos depois de deixar a Prefeitura, seria mais fácil retoma-la das mãos do PT do que vê-la caminhar para o domínio de um desafeto, no caso Enivaldo Ribeiro.
O que a história registra é que Cássio alcançou o objetivo de tornar-se governador da Paraíba (e atrair Enivaldo e seu PP para convivência pacífica), entregou a Prefeitura de Campina Grande a Cozete Barbosa que revelou-se um desastre político e administrativo e abriu caminho para que outro desafeto – o então vereador Veneziano Vital do Rego – ganhasse a Prefeitura por duas vezes consecutivas.
A primeira experiência de Cássio com a esquerda só não foi mais desastrada porque acumulara prestígio suficiente para não perder a majestade, mas empurrou um aliado fiel e pragmático – o deputado federal Rômulo Gouveia (PSDB) – para duas derrotas que podem comprometer seus projetos futuros.
Cássio namora novamente com um segmento dito “de esquerda” comandado pelo prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), oxigenado somente pelas vozes que o acompanham em Campina Grande e não têm qualquer experiência política na Capital. Seus aliados com atuação política em João Pessoa, com raras exceções, estão contra a aliança.
Por que será que Cícero Lucena, João Gonçalves e Ruy Carneiro, entre outros, são contrários à aliança com o alcaide pessoense? Será mera coincidência que os três, detentores de gordurosas fatias do eleitorado na Grande João Pessoa, são radicais contra essa aliança? Talvez porque estejam vendo como Ricardo Coiutinho vem sepultando vivos alguns que lhe ergueram politicamente nos últimos anos e não precisa Cássio ir longe. Basta conversar com Nadja Palitot, Manuel Júnior, Guilherme Almeida...

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