sábado, 20 de junho de 2009

OPINIÃO

TEMPO PERDIDO
A maioria dos deputados estaduais ouvida pelo PSonblinebr.com para faqzer um balanço das atividades legislativas deste primeiro semestre de 2009 que está terminando afirmou, peremptoriamente, que o período foi “produtivo”.
Não foi. O semestre, na Assembleia Legislativa, continuou sendo a vergonha de períodos anteriores, com muito blá-bla-bla e poucas discussões de interesse público.
Se faltou produção durante esse tempo, no final faltou discernimento. Há quem esteja apostando na burrice da opinião pública, mas essa aposta pode resultar em sérios prejuízos para alguns parlamentares.
Os deputados confundem as estações. O Legislativo é necessário como instrumento da democracia, mas alguns dos seus integrantes misturam alhos com bugalhos, a maioria não sabe separar o que é trabalho do que é interesse pessoal.
A velha e surrada constatação de que o Poder está servindo aos deputados e não ao bem comum cai como uma luva, mas eis aí um fato que piora a cada dia e se insere naquele contexto da desesperança.
O que fazer com parlamentares tão ruins? Difícil é incutir essa visão na opinião de milhões de pessoas espalhadas por esse imenso território da pequenina e heróica Paraíba para que elas, no momento do voto, se decidam por pessoas que de fato estejam mais interessadas nos projetos para o Estado e menos nas barganhas que podem fazer.
O Poder Legislativo é, de longe, apenas um cabide de emprego. Não há controle de nada naquele sistema. Quem, pelo Brasil afora, acha que a Assembleia do seu Estado é inoperante, precisa vir conhecer a da Paraíba, com raríssimas exceções de parlamentares.
Nesse semestre houve, inclusive, um fato inusitado: um deputado compareceu ao plenário e suscitou surpresa em vários colegas porque o dito cujo há meses não assistia a uma sessão, não participava dos debates e não estava liberado por algum tipo de licença. Simplesmente reapareceu como se tivesse sido obilubilado juntamente com a cantora Elba Ramalho.
Já quase no final do período viu-se, também, outro fato inédito que está registrado nos anais da taquigrafia e nas imagens da TV Assembleia: o líder da oposição presidindo uma sessão na qual se travavam debates acalorados entre situação e oposição a respeito de um relevante projeto governamental de interesse da população. O projeto continua emperrado e todos os seus pares acham que o líder presidir sessões é coisa eticamente aceitável.
Por essas e outras é que ninguém pode comemorar, daquele lado da Praça João Pessoa, que o período foi produtivo. Ao contrário, foi uma lástima. Um momento que deveria, se houvesse possibilidades, de ser apagado da história. Os deputados estaduais paraibanos não são nem de longe o retrato da sociedade paraibana. Sobretudo no quesito “trabalhador”.

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