sexta-feira, 17 de julho de 2009

JOGO DE CENA

Por que o governador José Maranhão (PMDB) e o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB) ainda não assumiram publicamente que estão rompidos politicamente? Essa é a pergunta que não quer calar em todos os ambientes onde se respira política, na Capital e no interior.
Há quem admita que Maranhão e Ricardo ainda não deram o primeiro passo na direção contrária, um ao outro, com receio de que isso possa arranhar a imagem, junto à sociedade, de quem tomar a iniciativa do afastamento. É uma explicação, por mais piegas que possa parecer.
Outros acreditam que os dois líderes políticos aguardam aquilo que chamam de “momento certo” para jogar os tanques sobre o outro de forma a deixá-lo irremediavelmente batido, acabrunhado e concenado a ficar se explicando pelos quatro cantos da Paraíba.
Sejam quais forem os motivos para que Maranhão e Ricardo ainda não assumam que já são desafetos políticos, que as alianças anteriores caíram no mar revolto das perspectivas de 2010, o certo é que mais uma vez estão tentando encobrir uma realidade que só os desinformados ainda não perceberam.
Muitos são os pontos visíveis desse rompimento mostrados tanto por Maranhão quanto pelo Prefeito. Logo nos primeiros dias da administração do novo Governador, por exemplo, houve diversas exonerações em cargos de confiança, na Prefeitura da Capital, de pessoas vinculadas a integrantes da equipe do Maranhão III. A proibição para que deputados do PSB ocupassem cargos na equipe governamental foi outra demonstração explícita de retaliação.
Do outro lado do balcão, o convite para que o deputado Guilherme Almeida (PSB) ocupasse uma secretaria de Estado em Campina Grande feito por Maranhão também soou como um sinal de alerta de que o Palácio da Redenção estava disposto a derrubar alguns pontos de resistência de Ricardo Coutinho numa área importante como a Serra da Borborema.
O que se observa, porém, é que mais uma vez as brigas políticas – como já é praxe na Paraíba – terminam resvalando para piorar o que já é péssimo, ou seja, as administrações públicas podem ser prejudicadas e isso é facilmente comprovado com as acusações feitas à Cagepa e os devidos desmentidos.
Por essas e outras razões e que se deve insistir: pelo tamanho da responsabilidade que ambos – Maranhão e Ricardo - teem na solução de problemas do povo paraibano é que se pede: consolidem as alianças políticas ou rompam-nas de vez. Esse tipo de convivência é como confiança, liberdade ou virgindade: não há emio termo.

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