sábado, 11 de julho de 2009

A REUNIÃO DOS GOVERNADORES

Seis governadores, um vice-governador e dois secretários estaduais de Planejamento de Estados do Nordeste se reuniram em João Pessoa nesta sexta-feira (10) e tiveram a companhia de três ministros que, convenhamos, não representam estrelas de primeira grandeza do Governo Lula porque são os que tem os menores orçamentos da Esplanada: Luiz Barreto (Turismo), Juca Ferreira (Cultura) e Orlando Silva (Esportes).
Para uma região problemática como o Nordeste e um Estado pobre como a Paraíba, nada mau. Poderia ser melhor se Lula mandasse, por exemplo, o Ministro do Planejamento vir sentir o cheiro da maresia ou destacar a pré-candidata Dilma Roussef para invocar as bênçãos de Iemanjá nas águas de Tambaú. Esses dois, sim, tem peso nas reuniões ministeriais e voz forte na definição dos gastos orçamentários.
Os governadores tentaram dar uma conotação técnica à reunião, sobretudo por conta da urgência em resolver problemas na área do turismo e devido à aproximação dos prazos para abertura dos processos licitatórios visando as obras necessárias para viabilizar a Copa de 2014 em alguns Estados. Mas a reunião, pela árida carta distribuída ao final do encontro diz bem dos objetivos políticos que permeavam essa reunião.
Os governadores tentam dar a impressão de que o Nordeste está unido. Pode até estar em alguns aspectos, sobretudo na política, porque Lula tem como aliada a maioria dos governadores. O problema é que união não gera emprego, renda, comida, desenvolvimento, etc. Tudo isso precisa de políticas públicas e essas só podem ser implementadas com dinheiro, coisa que o Governo Lula – como todos os outros – gosta muito de arrecadar, mas não gosta de liberar.
Dos 15 itens da chamada Carta de João Pessoa, oito são dedicados à cultura. É bom saber que o Governo Lula se preocupa tanto com a cultura, o ministério que proporcionalmente teve mais verbas contingenciadas quando se descobriu que a crise econômica mundial não era uma marolinha.
Será difícil descobrir a real finalidade dessa reunião dos governadores nordestinos, mas espera-se que seja ela qual for consiga sensibilizar o Governo Federal para os problemas do mundo real num Estado como a Paraíba, espremida entre gigantes que recebem portos, aeroportos, siderúrgicas e refinarias. Aqui, quando muito, caem algumas migalhas.

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