sábado, 5 de setembro de 2009

O “PAULISTÉRIO” DE SERRA

Não há dúvidas, desde já, que as regiões Norte e Nordeste serão as grandes esquecidas num eventual Governo Serra no Planalto e isso pode ser percebido desde já, bastando ver a matéria publicada neste sábado (5) pela Folha de São Paulo, com nomes responsáveis pela pré-campanha do tucano. Leia:
Tucano já tem equipe para tocar eleição presidencial
Embora relute em admitir sua candidatura à Presidência, o governador de São Paulo, José Serra, já escalou seus colaboradores -muitos deles pinçados da própria estrutura do Estado- para organização da pré-campanha presidencial.Fiéis aliados de Serra, o vice-governador Alberto Goldman e o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, exercem diferentes tarefas. Enquanto Goldman é preparado para assumir a cadeira de governador, caso Serra se afaste para concorrer à Presidência, Nunes Ferreira se dedica à negociação com partidos, especialmente no Estado.
Diretor-executivo da Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo), o economista Geraldo Biasoto Júnior é recrutado para a radiografia de Estados visitados pelo governador, desenho da conjuntura econômica e como colaborador na elaboração de discursos.
Fora dos limites de São Paulo, a articulação política fica a cargo do deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (BA) e do presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE).
Já o ex-deputado federal Márcio Fortes (RJ) deixou o Rio de Janeiro e o comitê financeiro do PSDB para ocupar a presidência da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano). Ex-tesoureiro do PSDB, Fortes não esconde que lhe agrada a ideia de estar mais próximo de Serra num momento pré-eleitoral.
Matarazzo
Também com trânsito no empresariado, o ex-secretário municipal Andrea Matarazzo deverá ocupar uma função executiva na campanha de Serra.Apesar da dissonância com parte do tucanato, o prefeito Gilberto Kassab ganha espaço na articulação política, especialmente dentro do DEM.Interessado em se viabilizar como articulador, ele costuma reunir presidentes de partidos e o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB) em jantares na sua própria casa. Sua movimentação é vista com desconfiança pela ala de Geraldo Alckmin no PSDB.
Coordenador de campanhas vitoriosas de Serra, o jornalista Luiz Gonzalez é consultado pelo governador paulista sobre a área de comunicação. Para ocupar um assento no comando de uma eventual campanha, Gonzalez terá de convencer o PSDB de que seu discurso é capaz de extrapolar os limites de São Paulo.
Sobre a área econômica, Serra gosta de conversar com o secretário de Cultura e ex-ministro João Sayad. Além dele, tem como conselheiros o atual presidente da Sabesp, Gesner Oliveira e Biasotto. No governo, conta ainda com os secretários Francisco Vidal Luna (Planejamento) e Mauro Ricardo Costa (Fazenda).
Governo MontoroO chamado núcleo serrista teve sua gênese no governo Montoro. Secretário de Planejamento, Serra trabalhou ao lado de Sayad, então secretário de Fazenda, e Nunes Ferreira, à época líder de governo.
O grupo ganhou corpo, porém, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso. À frente do Ministério da Saúde, Serra recrutou uma equipe a qual recorreu na prefeitura e no governo. Também consolidou aliados no Congresso Nacional, como o próprio Goldman: "Desde então, estou ao lado dele", diz Goldman, generoso em elogios ao chefe.
Ao longo da trajetória, Serra também incorporou novos integrantes ao grupo, que tem resistido às brigas e disputas internas. O ano de 2010 será um novo teste para os serristas. A dúvida é se o grupo ficará unido ou rachará na disputa pela sucessão de Serra no Estado
. (CS)

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