sexta-feira, 24 de outubro de 2008

OPINIÃO - IRAÊ DÁ O TOM

Talvez a deputada Iraê Lucena estivesse falando por si mesma quando advertiu que o PMDB terá candidatura própria em 2010, independente do que pensa e faz o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho. Talvez a parlamentar esteja dando voz a sussurros existentes dentro do seu partido.
Sejam especificamente seus os argumentos ou agregados à opinião de outros peemedebistas, Iraê começa a discutir 2010 diferente dos seus companheiros de agremiação partidária: faz política na acepção do termo e não como guerra contra o clã Cunha Lima e seus aliados.
Não interessa à deputada jogar pedra no telhado adversário, mas arrumar a casa para a festa que acontecerá dentro de dois anos. Ela deve permanecer como uma das convidadas principais, com mandato em jogo e com a voz autorizada de quem representa um clã histórico- o dos Lucena.
O dom dado por Iraê, porém, pode ser apressado, pois ainda não se conhece a voz rouca das urnas do segundo turno de Campina Grande quando irá se definir o perfil do PMDB 2008 – se será mesmo um partido do interior ou se agregará um dos dois maiores eleitorados do Estado.
Se perder Campina Grande, o PMDB ficará em segundo plano para um contingente de quase um milhão de eleitores, pois a Capital e a Rainha da Borborema não pertencerão ao portfólio vermelho e preto, mas ao laranja que se diz socialista e ao amarelo tucano.
Importa perceber que Iraê coloca água na fervura do entusiasmo dos súditos de Ricardo Coutinho: se quiser o apoio do PMDB, o Prefeito da Capital tem vaga na vice peemedebista. Se for candidato, vai ter que se bater com o partido do senador José Maranhão, quer recém-conquistou 59 prefeituras.
O que Iraê ainda precisa esclarecer é que o Democratas já percebeu: o PMDB inchou, mas não cresceu quantitativa e qualitativamente. O deputado Lindolfo Pires, ex-líder peemedebista na Assembléia, lembrava que as duas maiores lideranças conquistadas por Zé, nos últimos tempos, foram os Wilsons - o Santiago e o Braga.

Outro ponto a destacar nas declarações de Iraê, publicadas neste portal nesta quinta-feira (23), é que alguém no PMDB da Paraíba está preocupado com o futuro do partido e dos seus filiados e não apenas com projetos pessoais, como vem sendo a tônica nos últimos tempos. A concepção feudal e absolutista recebeu um forte petardo.

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