sábado, 20 de dezembro de 2008

OPINIÃO

INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA
O novelo do processo do governador Cássio Cunha Lima ainda não foi devidamente desenrolado no Tribunal Superior Eleitoral e as facções paraibanas de quase todos os partidos – aliados ou de oposição ao atual ocupante do Palácio da Redenção - começam a se movimentar com vistas às eleições de 2010. “Quem é coxo, parte cedo”, diz o provérbio.
É o instinto da sobrevivência que coloca esses partidos na linha em direção às próximas eleições gerais. Se bem avaliado, o patrimônio político que estará em jogo no próximo pleito não é brincadeira, a começar da cadeira de Presidente da República supervalorizada com o desempenho de Lula e seus níveis estratosféricos de aceitação popular, tolhido por lei – pelo menos, por enquanto – de disputar o terceiro mandato.
Um degrau abaixo estará a disputa pela principal cadeira do Palácio da Redenção. Mesmo que não se saiba o desfecho do Caso FAC, no TSE, também por lei o governador Cássio Cunha Lima já terá cumprido o segundo mandato consecutivo e o máximo que pode almejar é uma das duas vagas de senador, que hoje pertencem a Efraim Morais (DEM) e José Maranhão.
É improvável que os três senadores – faltou incluir Cícero Lucena, cujo mandato termina em 2014 – sejam candidatos ao Governo em 2010. Um deles vai apoiar o outro para administrador-mor do Estado, ou seja, Cícero pode apoiar Efraim (ou vice-versa), um deles pode apoiar Maranhão (e aí, também, pode-se usar o vice-versa).
Todos acham que a oxigenação política pode estar ocorrendo em função dos problemas que envolvem o governador Cássio Cunha Lima, mas isso é verdadeiro em parte. Na realidade, os agentes políticos se movimentam independentemente dos fatos relacionados a Cássio ou a qualquer outro fator.
A visão animalesca do processo – os políticos devoram suas opções de voto como o predador devora suas vítimas – não permite particularidades. É algo impessoal, que ultrapassa quaisquer visões sobre pendengas judiciais, doenças, etc. Para esses partidos o que interessa são os mais de dois milhões de votos dos paraibanos e não o destino de quem quer que seja.

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