quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PSDB ABANDONOU CÁSSIO

O PSDB criou uma péssima fama desde o nascedouro, quando despontou no cenário político como costela desmembrada do PMDB: sempre ficar em cima do muro nas horas decisivas. É repleto de nhenhenhém, de não-me-toques, de colocar seus problemas na pasta do “aguarde-se”.
Olho no olho, o PSDB tem alguns quadros nacionais melhores do que o PT, do que o PMDB e, em relação ao PDT, PRP e PSB nem se fala. Por ser esse partido de vestais, entretanto, tem “n” divergências internas, nesse aspecto só perdendo para o PT que vive ancorado em tendência e mais tendências.
Esse episódio que envolve o governador Cásssio Cunha Lima foi um redemoinho que surgiu na Paraíba e, por via judicial, ganhou contornos nacionais numa época em que a chamada Grande Imprensa prefere acovardar-se nas discussões de alguns problemas e outros temas, pois todos os jornalões, revistas, TVs e outros penduricalhos sobrevivem quase exclusivamente dos cofres oficiais.
Não importa, aqui, o que pensa e o que faz o PT, o PMDB, o PSB, etc. Seja lá o que pensam e fazem esses partidos e suas lideranças, importa ver o que não dizem os tucanos a respeito de Cássio. Como sempre, o PSDB ficou em cima do muro e não deu a cara à tapa para defender um filiado importante.
O PSDB sabia do processo de cassação de Cássio Cunha Lima, tomou conhecimento do pedido de pauta para julgamento e não tomou nenhuma atitude. “Ele que se vire”, devem ter pensado os filósofos paulistas que dominam o PSDB. Agora, depois do leite derramado, do mandato de Cássio sobrevivendo graças a mais um instrumento jurídico, lideranças tucanas derramam-se em elogios, em solidariedade e outros salamaleques.
Quem apareceu para defender Cássio? O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, fez um discurso no Congresso como se estivesse participando de um funeral. Outro foi do senador Cícero Lucena que, como todos sabem, também não goza de qualquer simpatia da mídia nacional após a Operação Confraria.
Esse capítulo do PSDB pode ser encerrado recordando o que aconteceu com o então senador Humberto Lucena, alvo de uma ação do Ministério Público e com o mandato cassado por causa de um calendário impresso na gráfica do Senado. O Congresso Nacional aprovou o projeto de anistia de Humberto, que foi enviado á sanção do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, guru-mor do PSDB. Este esgotou o prazo constitucional para sancionar a lei que anistiava Humberto, deixando o documento para ser promulgado pelo próprio Congresso. Fernando Henrique havia sido peemedebista com Humberto. Simplesmente abandonou o paraibano á própria sorte.

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