segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

OPINIÃO

OS DOIS LADOS ERRADOS
Se a posse da nova Mesa Diretora da Assembléia Legislativa deixou uma lição, neste domingo (1º), foi a de que a classe política paraibana – quer seja o lado oficial ou a oposição – está agindo equivocadamente, senão levianamente, na condução dos seus projetos, como se não tivesse que dar satisfação ao maior interessado, que é o eleitorado.
Como diria Jack, o estripador, vamos por partes: a oposição errou feio quando decidiu não comparecer à sessão domingueira para não ter que referendar a recondução do grupo oficial para um novo período de comando. Vamos e convenhamos: parece mais uma desculpa de quem preferiu aproveitar o domingo para descansar, curtir o sol e otras cositas mas.
Alguém por aí já imaginou o Senado ou a Câmara dos Deputados empossando suas Mesas Diretoras sem a presença do contingente que faz oposição ao Governo Lula no Congresso Nacional? Não seria trágico, pois seria cômico. Serviria de galhofa mundial, entraria para o anedotário político internacional.
E não foi nada mais, nada menos, o que fez a oposição paraibana. Deixou-se embalar por um falso radicalismo e resolveu inaugurar a Caravana da Ausência. A que ponto chegou a classe política paraibana que – mesmo sendo um direito legítimo - deixa de participar de um evento em sua própria Casa porque não concorda com os demais comensais.
Mas se a oposição errou feio, o governador Cássio Cunha Lima também carregou nas tintas quando resolveu desabafar com um discurso ultraradical, apelando para palavras como covardia, etc. O Governador verberou uma opinião adredemente preparada porque sabia que a oposição não participaria deste ato de 1º de fevereiro na Assembléia.
As atitudes da oposição, por mais fantasiosas e rocambolescas que sejam, fazem parte do jogo democrático e esse jogo deve ser jogado com o mínimo respeito, de ambas as partes. Não serão agressões verbais ou físicas que vão resolver os problemas da Paraíba, apesar de se saber que em ambos os agrupamentos políticos principais do Estado existem pessoas que gostariam de resolver os problemas no braço, no tiro ou na faca, infelizmente.
O governador Cássio Cunha Lima vinha se mantendo numa postura discursiva que não arranhava os limites da sobriedade, mas talvez embevecido pelo clima de total respaldo de sua bancada na Assembléia, resolveu chutar o pau da barraca e desmontar o acampamento da oposição à base de catilinárias.
Não é isso que a Paraíba deseja, seja qual for o segmento político no poder ou na oposição. O momento é delicado, tanto do ponto de vista político como econômico, com duas crises batendo à porta. Se não podem se unir em prol de um projeto de desenvolvimento para o Estado que, pelo menos, tenham bom sendo. Não é pedir muito. Afinal, todos são finan ciados por este povo que quer menos agressões e mais trabalho.

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