quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

OPINIÃO

FIÉIS E INFIÉIS
Uma das maiores decisões tomadas sem necessidade da reforma política foi a de que os mandatos pertencem aos partidos. A fidelidade partidária, agora, é obrigatória, sob pena de todo o esforço de um político para se eleger terminar na lata do lixo da história caso saia da linha e responda na Justiça pelos seus desatinos.
A lembrança de que a fidelidade partidária agora existe de fato pode vir a ser um dilema para deputados tucanos ou democratas que, por qualquer motivo, resolvam desmoralizar as orientações dos seus partidos na Assembléia Legislativa e aderirem ao novo comandante-em-chefe das forças governistas, o peemedebista José Maranhão.
Ainda não se sabe até que ponto irão os dirigentes partidários, mas pelo menos dois agrupamentos – DEM e PPS – já alertaram seus filiados para o perigo de infringirem as determinações. O senador Efraim Morais já teria advertido os democratas para manterem a bandeira de oposição erguida na Assembléia. O mesmo disseram os dirigentes nacionais do PPS que passaram recentemente pela Capital. O enigma continua sendo o PSDB de Cícero Lucena, ninho de Cássio.
Os deputados, principalmente desses três partidos, sabem quais serão os seus interesses afetados pelas determinações do novo Governo. Nomeações de servidores em cargos comissionados, suspensão de recursos para prefeituras e outras cositas devem estar na mira de Maranhão para transferir benesses para seus aliados.
Dessa vez, formar maioria na Assembléia não depende apenas de prazo para que se façam os acertos ou de mero oportunismo. Depende de formalidades jurídicas criadas pela lei que rege a fidelidade partidária. É difícil um parlamentar sobreviver sem apoio do Governo ou de prefeitura. Sem ambos é ainda pior e esse ainda não é o caso dos que saíram do Palácio com Cássio, mas o afastamento permanente pode comprometer muitos projetos futuros.

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