quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

OPINIÃO

PMDB E PSDB, JUNTOS
Depois de vencer as eleições na maioria dos municípios brasileiros e de conquistar as presidências das duas Casas do Congresso Nacional – a Câmara e o Senado – o PMDB tornou-se mais do que o fiel da balança do processo político brasileiro: é a verdadeira “noiva” com a qual todo candidato a Presidente da República gostaria de “casar”.
É bem verdade que, apesar de toda a força demonstrada nas eleições diretas e indiretas realizadas no país nos últimos tempos, o PMDB não consegue sossegar. De um lado tem - com todo respeito - um espírito de porco chamado Jarbas Vasconcelos usando a revista Veja como chicote e desnudando as vestais peemedebistas. Outra revista – a The Economist – resolveu fazer a saudação ao novo presidente do Senado. José Sarney, com uma análise que incomodou toda a classe política.
Independente dessas “mazelas”, o PMDB ignora todo o tiroteio que acontece ao redor dos seus palanques e segue em frente na trilha aberta para encostar Lula e Serra contra a parede. Por conta do reforço que sua musculatura recebeu, nesses meses recentes, o PMDB sente-se imbuído do mais alto valor do chamado “espírito público” para flertar com os dois principais agrupamentos políticos do país.
Transportando essa realidade para o plano local, vê-se que o PMDB da Paraíba terá apenas metade do problema nacional. Conforme o quadro demonstra, o PT paraibano está docilmente localizado sobre a mão de Maranhão e nada poderá destruir essa união indissolúvel até 2010 com o petista Luciano Cartaxo aboletado na cadeira de vice-governador.
A outra metade da questão é onde mora o perigo: e se o PMDB nacional resolver marchar com o tucano José Serra em 2010? Isso pressupõe que, no palanque do ano que vem, os arquirivais José Maranhão e Cássio Cunha Lima poderiam estar juntos disputando cadeiras para cargos majoritários. Impossível, cara pálida? Essa é uma palavra maldita em política, onde prolifera a impressão de que tudo é possível, sobretudo se o objetivo é bom para os dois lados.
A Paraíba tem alguns bons exemplos da “flexibilidade” ou do “pragmatismo” que terminam provocando uniões políticas. Quem imaginaria que, um dia, o clã Cunha Lima se associaria ao PT como aconteceu em Campina Grande? Ou como Wilson Braga poderia compor com o mesmo clã campinense em 2002? Duvidar de um acordo PMDB/PSDB, então, seria negar a arte da política. Quem viver, verá.

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