terça-feira, 3 de março de 2009

OPINIÃO

ENTRAMOS – OU NÃO – NO PAC?
Ao que se saiba, não há mais motivos para o Governo Federal discriminar a Paraíba. A redução da participação paraibana no PAC nunca foi muito bem explicado pelos aliados de Lula no Estado, mas até o mais imberbe observador sabe que isso decorria do fato de se ter um Governador tucano e uma dupla de senadores da oposição.
O Governo Lula tem sido generoso na distribuição de obras e serviços em Estados que não têm importância econômica na região maior do que a que imaginam ter a Paraíba. O Piauí e Sergipe foram contemplados com uma dinheirama que nunca tinham visto antes, para não falar nos maciços investimentos feitos no Ceará, em Pernambuco e na Bahia.
Agora que a Paraíba tem um Governador do PMDB, o que dirão Lula e Dona Dilma no momento em que o novo administrador paraibano bate à porta do Planalto? Com a experiência adquirida em 50 anos de política e dois mandatos de Governador já exercidos, Maranhão sobe o elevador do Planalto amparado por uma força que o PMDB nunca teve para fustigar o Presidente de plantão.
O Governador da Paraíba não esperou a poeira baixar para ir em busca dos recursos federais, principalmente do PAC. O problema é que o programa de aceleração engendrado por Dona Dilma está patinando em dívidas. O dinheiro existe no Orçamento, mas não sai do cofre federal.
Tudo indica que a Paraíba, governada por um tucano ou por um peemedebista, continuará recebendo apenas as migalhas que caem da mesa do PAC. Isso porque o peso eleitoral do Estado – com pouco mais de 2 milhões de eleitores - numa disputa como a que Dona Dilma poderá enfrentar em 2010 não representa lá muita coisa e não haveria nenhum preconceito numa possível avaliação dessa natureza, mas a cruel realidade.
Há, ainda, um problema adicional: não temos mais o trator Ney Suassuna batalhando por novos recursos para o Estado. Definhado pelo escândalo das sanguessugas, Ney agora fará falta ao lado de Maranhão para tentar recuperar o tempo perdido.
Resta, portanto, torcer para que Maranhão obtenha êxito na sua peregrinação pelos sombrios gabinetes do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios. Essa é a sina dos pequenos: viver de pires na mão à espera de que o barulho de uma moedinha possa gerar uma festa.
Deus tenha piedade de nós.

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