sábado, 11 de julho de 2009

ZENÓBIO IRRECONHECÍVEL

Desde 27 de maio, quando o pedido de autorização feito pelo Governo do Estado para contrair o empréstimo de R$ 191 milhões junto ao BNDES chegou ao Poder Legislativo, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Zenóbio Toscano, está irreconhecível.
Outrora um parlamentar mais do que ponderado nas funções que exerceu, dentro e fora da Assembleia, Zenóbio revestiu-se de uma armadura bélica intransponível depois de ascender à cadeira mais importante da CCJ. Tem colocado a experiência, a vivência, a inteligência e principalmente o conhecimento da burocracia legislativa para torpedear o Governo e, por via de consequência, quase provocar uma paralisia no desenvolvimento do Estado.
A lógica recomenda observar que Zenóbio está jogando um jogo e, como qualquer outro jogo, existem regras de probabilidades. Pode acabar ganhando, mas pode perder. Se der certo, o que é improvável, não cai sozinho, mas leva a Paraíba junto. Se acertar, manda um pedaço da Paraíba para o quinto dos infernos e uma parte considerável desse Estado sai perdendo.
A lógica também manda lembrar uma frase constantemente repetida pelo falecido governador Antônio Mariz: “Jabuti não sobe em árvore. Se você vir um jabuti em cima de uma árvore é porque alguém o colocou lá”. Zenóbio está na presidência da CCJ porque alguém o colocou lá e o colocou com uma certeza: a de que ele iria defender, com unhas e dentes, os interesses de quem o colocou lá.
Os interesses políticos e não-políticos que movem Zenóbio na poderosa CCJ não são, na essência, muito diferentes dos interesses políticos e não-políticos que movem Arthur Cunha Lima na presidência da Assembleia Legislativa e de José Maranhão no Governo do Estado. Todos estão, de uma forma ou de outra, defendendo os seus interesses políticos e não-políticos.
Os outros 34 deputados da Casa de Napoleão Laureano, nos últimos dias, tem sido tratados como coadjuvantes desse jogo. Quer sejam de Situação ou de Oposição, a maioria – e bote maioria nisso! – de deputados estaduais está à deriva, atua na Casa de Epitácio Pessoa ao sabor das vontades de um comandante – Arthur Cunha Lima – e de um subcomandante – Zenóbio Toscano. Os deputados são barquinhos soltos na imensidão de um mar revolto. Querem acabar com o confronto entre Legislativo e Executivo, mas como desconhecem o sentido da palavra “coletivo” são facilmente manipuláveis.
Na essência desse problema observa-se que os deputados paraibanos – como todos os demais deste país - atuam individualmente, não tem nenhuma afinidade uns com os outros, conversam entre si mais por sociabilidade ou necessidade profissional do que por finalidade.
Zenóbio não devia manchar sua biografia associado à falta de senso de alguns dos seus aliados. A Paraíba não merece o que está acontecendo na Assembleia Legislativa.

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