quarta-feira, 21 de outubro de 2009

AS TRÊS BANCADAS

A sessão ordinária desta terça-feira (20), na Assembléia Legislativa da Paraíba, demonstrou que não há somente duas bancadas, como se tem pensado ultimamente, mas três. Explico: há duas bancadas de oposição e uma de situação. Como entender isso? Basta observar o que aconteceu nas votações de matérias ditas “polêmicas”, como o empréstimo do BNDES e, agora, a do remanejamento das verbas do Orçamento de 2009.
Durante vários dias as ditas “lideranças” da Oposição – Manuel Ludugero, Romero Rodrigues, Zenóbio Toscano, Antonio Mineral e Jacó Maciel – entrincheiraram-se no combate ao remanejamento dos recursos orçamentários sob os mais variados e pueris argumentos para sustentar a estratégia de desgaste do governador José Maranhão, de acordo com as orientações do ex-governador Cássio Cunha Lima e do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho.
Como acontecera no desenrolar das discussões sobre o empréstimo do BNDES havia um silencioso grupo de oposicionistas pacientemente esperando que as “viúvas” de Cássio parassem de encenar o bizarro espetáculo do falso radicalismo para fazer aquilo que mais desejava: deixar o curso da vida seguir em frente e não criar obstáculos para que os investimentos igualmente fluam.
E como já havia acontecido na votação do empréstimo do BNDES, os radicais renderam-se à modéstia de Branco Mendes, de Socorro Marques, de João Gonçalves e de Pedro Medeiros que, em ações imediatas à liberação da bancada pelo “líder” Antônio Mineral, foram á tribuna anunciar que votariam a favor do remanejamento do Orçamento.
Nesse momento houve dois fatos a se destacar: o patético discurso proferido pelo deputado Romero Rodrigues e a demonstração explícita de que Mineral não lidera coisa nenhuma. O ex-vereador de Galante disse que votaria contra a orientação do líder para que pudesse dormir com a consciência em paz. E recusou-se a dar um aparte imediato ao líder Mineral que, também sem ter nada de concreto para falar, emudeceu à espera da chance de balbuciar algumas palavras sem nexo.
Essa “terceira força” - Branco, Socorro, João e Pedro – continuará onde sempre esteve: lutando por suas reeleições com os meios de que dispõem e pretendem entrar para a história com seus votos a favor do desenvolvimento da Paraíba. Eles não frequentam a cozinha de nenhum ex-Governador nem vivem das migalhas que caem das mesas da Prefeitura da Capital. Mas foi preciso que entrassem em cena para ofuscar os falsos paladinos.

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