quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

OPINIÃO - A PAZ DE PEDRO

O deputado estadual Pedro Medeiros (PSDB), por ter bases eleitorais no Cariri, costuma se auto-intitular “matuto” para justificar seu distanciamento de polêmicas e outros comportamentos mais atilados. É marketing puro, pois é um dos mais atuantes parlamentares nos bastidores.
Inigualável na questão da assiduidade ao trabalho – é o primeiro que chega à Casa de Epitácio Pessoa pela manhã e um dos últimos que saem após as sessões – está sempre bem informado. Arredio aos holofotes e aos microfones, Pedro Medeiros tem origem no aparato de segurança – é delegado de carreira aposentado e, por muitos anos, foi chefe de Policia em Campina Grande. Independente desse “currículo”, é uma das figuras tão queridas quanto respeitadas no Legislativo estadual.
Esse preâmbulo era necessário para mostrar que a palavra de Pedro Medeiros, pregando o desarmamento dos espíritos na Paraíba, deveria ser levado a sério não apenas pela classe políticas, mas – e principalmente – pela imprensa, pelo empresariado, pelo Governo e por aí vai.
Medeiros fez um apelo pela paz, no Estado, que transcende a tribuna da Casa de Epitácio Pessoa. Fez o pedido sem querer se travestir de estadista. Ao contrário, é a palavra da testemunha do sofrimento do povo paraibano, principalmente do Cariri.
Seria importante que a palavra de Pedro não morresse no deserto. A aridez de idéias, na Paraíba, possivelmente não comporta um desabafo desses. A maioria dos políticos desse Estado perdeu a compostura, de tal forma, que a palavra pacificação não tem nenhum sentido.
Aqui não está se formando gerações de lideranças, mas de esgrimistas. Antes de apresentar propostas, cada candidato a qualquer coisa puxa armas – verbais ou não – para tentar eliminar os adversários. Quando não é assim, notabilizam-se as omissões e a fuga dos debates.
Eis porque a proposta de paz feita por Pedro Medeiros tem valor transcendental para o Estado da Paraíba. Finalmente dá-se um grito lúcido para diminuir as divergências entre Governos e oposições. Isso mesmo: no plural. A “guerra” não atingiu apenas governos anteriores, não atinge apenas o atual, mas ainda poderá alcançar vários outros que estão no por vir.

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